Posicionado num morro que se avista dos mais diversos pontos do concelho, o castelo de Ourém simboliza a génese da história de Ourém. O topónimo Ourém aparece pela primeira vez documentado no séc. XII numa doação aos Templários do castelo de Ceras e seu termo, em cujos limites existia um local assinalado com o nome “Portum Ourens.”
Em 1136, D. Afonso Henriques reconquistou Ourém aos Mouros, Integrou-a em domínio cristão e doou-a à sua filha D. Teresa que, em 1180, lhe concedeu o primeiro foral atribuindo a Ourém o título de município. Nascia assim um dos primeiros concelhos do País!
D. Pedro I elevou Ourém à categoria de Condado e atribuiu o título de 1.º Conde a João Afonso Tello de Menezes. Sucedeu-lhe como 2.º Conde de Ourém o Conde João Fernandes Andeiro, fidalgo da Corunha. D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável, foi condecorado por D. João I. com o título de 3.º Conde.
A história de Ourém atingiu o auge com D. Afonso, 4º Conde de Ourém, um ilustre do séc. XV, neto de Nuno Álvares e de D. João I, que instalou a corte em Ourém, deixando importantes marcas da sua vida e obra na Vila. De realçar a recuperação das muralhas do Castelo medieval, a fundação de um Palácio, de uma Igreja Colegiada e Cripta e de uma Fonte Gótica.
Em 1541 foi instalada uma Misericórdia no interior das muralhas, supondo-se ainda que ali terá existido também uma sinagoga.
O terramoto de 1755 abateu-se fortemente sobre o velho burgo, arrasando-o quase por completo e as invasões francesas também não deixaram o concelho ileso.
Em 1758 o Padre Luís António Flores descrevia a antiga Vila de Ourém da seguinte forma: “... Hé fechada de forte muro, ainda que por muntas partes demulido que denota ser em outro tempo Praça importante. Entrasse na villa por duas portas huma da parte do Sul chamada de Santarem e outra da parte do Norte, a que chamam a porta da Villa. Tem dentro da muralha na redondeza do monte a sua fundaçam em tres ruas grandes: Rua S. Joam, Rua Nova, e Rua da Graça, com outras ruas mais piquennas e becos.”
Firmada no topo do morro, a antiga vila inscreve-se no seio de uma muralha rasgada por duas portas de vão em arco redondo. As praças, as ruas estreitas das calçadas com traços medievais, o casario branco, os monumentos, os rituais e os quotidianos sustentam um passado com história de relevo nacional.
Situada no Largo do Pelourinho, a Galeria da Vila Medieval é o espaço de receção e encaminhamento dos públicos para as visitas ao antigo burgo. Este núcleo do Museu de Ourém acolhe exposições de arte (pintura, fotografia e escultura), gere o turismo do sítio e disponibiliza visitas guiadas e áudio-guiadas ao centro histórico.
O Castelo, o Paço do Conde, a Ucharia do Conde (nas antigas cadeias, com degustação da gastronomia e do vinho medieval de Ourém), o Pelourinho, a antiga colegiada e a cripta do 4.º Conde de Ourém, a fonte gótica e as calçadas históricas são algumas propostas de visita.
Na hospitalidade da vila serve-se gastronomia tradicional, vinho medieval e a ginjinha.